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FIGURINISTA DA SÉRIE TERRA BRASILIS (2022)

Realização:  EPTV / GLOBOPLAY.

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O PROCESSO DE CRIAÇÃO DOS FIGURINOS DO SÉCULO XVI

 

O processo de criação dos figurinos para série Terra Brasilis, teve ao todo um tempo de 8 semanas para realização, entre etapas de pesquisa, criação e produção dos trajes e adereços.​ Devido a especificidade do projeto, por se tratar de um documentário, o processo de caracterização precisou partir de uma pesquisa e levantamento do que se utilizava na época. Como não foram encontrados acervos com peças características do período, disponíveis para produção dos figurinos, todo o trabalho teve que ser produzido desde o início. 

O trabalho de pesquisa, criação e modelagem foi desenvolvido pela figurinista Maria Cecília Amaral, que também colaborou com a artista e parceira de trabalho: Maria Isabel Biazon, na etapa de confecção dos trajes. Ainda na etapa de finalização, também houve a colaboração de Vanda Oliveira nos acabamentos com os botões.

Foram criados ao todo 37 peças e 27 adereços para compor os figurinos para os personagens: marinheiros (seis), guardas (dois) e  nobre (um). 

A etapa de pesquisa de aproximadamente , que levou em conta referências bibliográficas, pesquisas acadêmicas, publicações e artigos científicos para elaborar a proposta visual de caraterização dos personagens portugueses, que acompanharam o padre Anchieta em sua expedição ao litoral paulista e outras regiões do Brasil. A partir desta pesquisa foram levantadas propostas para caracterização dos personagens marinheiros, nobres e da guarda. Por se tratar de uma série com caráter documental, a escolha da modelagem das peças, tipos de tecidos, bem como cores empregadas levou em conta o tipo de vestuário utilizado no período pelos viajantes portugueses nessas embarcações. No período do século XVI a corte portuguesa, seguia a moda espanhola. Nesta época, devido ao alto custo das peças de roupas, era comum o registro de bens e também de indumentárias e acessórios/adereços, listados em testamentos , deixados de pais para filhos. Nesses testamentos, estas informações costumavam vir bem detalhadas, o que ajudou pesquisadores a identificar cores, modelos e tipos de tecidos empregados na indumentária do período.  A pesquisa de Eudes Campos, foi uma  das referências utilizadas nesse processo de criação da caracterização, através da obra: Pequena contribuição para o estudo da indumentária dos primeiros paulistanos.

A partir das pesquisas realizadas, foi levantado que o guarda roupa masculino do período tinha variações a partir da posição social, mas mesmo com essas diferenças, sendo constituído  por uma ampla quantidade de peças e sobreposições. Era comum o uso de uma camisa ampla, comprida, feita em tecido de algodão, linho, sobreposta por um gibão, que poderia ser mais ornamentado ou não de acordo com a posição da pessoa. Esse gibão poderia ser feito em um tecido mais rústico como o próprio linho, ou mais sofisticado como veludos, tafetás. Era comum o uso de abotoamentos ornamentados. A caracterização se complementava também com o uso de calções amarrados as cinturas, e meias calças ajustadas ao corpo. Os calções seguiam uma modelagem arredondada, bufante, feitos com tiras estreitas e compridas de tecido encorpado, com frestas entre uma parte e outra para revelar o forro de modo proposital.  Sobre as meias, calçavam sapatos, com modelos de escarpins, espécies de sapatilhas tipo mocassim. As figuras da nobreza também vestiam pelotes, espécie de casacos amplos que sobrepunham os conjuntos de gibão e calção. Além disso era comum o uso de chapéus adornados, boinas, com modelos que variavam de acordo com a posição social. Com relação as cores, segador Eldes Campos, "os trajes humildes eram sempre pardacentas ou acinzentadas, cores da lã e do linho sem tintura ou tingidos com corantes sem qualidade. Só os trajes dos ricos eram coloridos, às vezes exageradamente, por meio de pigmentos caros. Por influência da moda espanhola, a cor negra começava a predominar nos trajes das camadas superiores."

Sinopse da série: Como era a natureza do Brasil há 500 anos? Um grupo de repórteres desbrava a Mata Atlântica e, com base nas cartas de José de Anchieta, vai em busca dos primeiros animais e plantas descritos. E será que eles continuam na mata? Oito episódios que relatam os passos de Anchieta e sua relação de descoberta e encanto pela fauna e flora da Mata atlântica brasileira.

Confira a série em:  https://globoplay.globo.com/terra-brasilis/t/dNrf8fJPhy/

Link  para matéria sobre os bastidores da produção: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2022/05/06/bastidores-producao-do-especial-terra-brasilis-envolveu-mais-de-cem-pessoas.ghtml

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